Música Gospel Anos 80 – Parte 4

Por Ledinilson de Souza

Nomes como Vitorino Silva, Ed Wilson e Ozeias de Paula traziam um peso para a música gospel, afinal gravavam em studios de 24 canais pra cima; nossos cantores, na época, chegavam a gravar em até 4 canais, regado a muito arranjo do sintetizador Mugg, mas não tinha tanta qualidade. Com a entrada da rádio Melodia, os produtores tiveram que se adptar a nova qualidade.

 

Havia também nesta época um evento da JOCUM na RBN (Rádio Boas Novas) que lançava o desafio missionários. Os anos 80 não se resumiam ao Rio. Como disse antes, em São Paulo, também as coisas estavam acontecendo, pois o então Pr. Estevan Hernandes, hoje apóstolo da Igreja Renascer, lançava um programa evangélico na Imprensa FM, rádio popular. Lá, como DJ, divulgou os trabalhos do Rebanhão, Catedral, Vencedores por Cristo, e etc.

 

Anos mais tarde se juntou com o produtor de eventos Antônio Abbud e lançou uma gravadora , a Gospel Records, que em seu primeiro selo gravou o álbum “Princípio”, do Rebanhão; depois lançou Renascer Praise, com Rod Mayer, Katsbarnea, uma banda evangelística que ganhou o Festival Popular do FICO. A banda Resgate tinha acabado de produzir um disco independente, o “Jesus, Vida e Rock-‘n’-roll, cuja matriz foi comprada pela gravadora. Oficina G3, outra banda evangelística que nasceu na Igreja do Tio Cássio, teve o ousado projeto de gravar o primeiro LP ao vivo em uma casa de espetáculo respeitada em São Paulo, o Dama Xoc. A banda Actos 2, com os Praxedes e Silas Furtado, traziam uma produção e musicalidade inovadora. Enfim, São Paulo arrebentou e foi o responsável pelo nome “Gospel” nas músicas evangélicas, se bem que Martin Lutero e Livingston Farias (da Bandafé) já usavam essa nomenclatura em seus trabalhos. Já o responsável pela popularização desse nome foi feita pelo apóstolo Estevam (ex-diretor de marketing do Itaú/Xerox).

 

Antônio Abbud, diretor presidente da Gospel Records, encontrou muita dificuldade em agendar eventos nas casas de show populares, pois quando dizia que era música evangélica o estabelecimento não demostrava interesse na programação, mas quando passou a dizer que era um evento “Gospel”, as portas se abriam para agendas. Abudd acabou batizando de “Gospel” o nome de sua própria gravadora.

 

Hoje, no Brasil, “Gospel” é sinônimo de música evangélica, e não mais um estilo musical.

 

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