Uma viagem a Roma – visita ao Vaticano

 

Nós chegamos em Roma em 2011 em uma noite fresca de maio. Estávamos cansados da viagem e fomos direto pra o hotel, que ficava em uma rua apertada, em um prédio antigo. Estávamos em 10 pessoas, tudo família de amigos. Uma parte do grupo foi se hospedar em um prédio que ficava numa rua transversal e eu e meu marido estávamos com eles. Subimos em um elevador antigo com porta pantográfica, aquelas de ferro sanfonadas que rangem. Não gostamos nada daquele lugar, mas estávamos em Roma, né?! Cansados, caímos deitados na cama e ao olhar pra cima vimos grudadas no teto aquelas “gelecas” verdes (hoje chamam slimes). O quarto cheirava a cigarro. Tiramos a colcha da cama e sob ela havia um lençol em um azul desbotado florido com furos de cigarros. Ficamos horrorizados. Mas era tarde e estávamos cansados e com fome. Uma das nossas colegas de viagem veio correndo até o nosso quarto e , indignada, também reclamou de seus aposentos e nos levou até lá pra ver. A pia do banheiro tinha manchas de ferrugem e era muito velho e desajeitado.

Tomamos banho e saímos a noite pra comer uma pizza, afinal estávamos no país da pizza!! Chegamos no restaurante e conversávamos sobre a viagem e os nossos aposentos. Só que não vinha ninguém nos atender, achamos estranho eles ficarem nos olhando de longe. Então ficamos olhando o cardápio e chegamos a uma conclusão quanto ao que iríamos pedir. Chamamos o garçom e fizemos nosso pedido e eles falavam em voz alta e como se estivessem brigando. Meu marido olhou pra mim assustado e perguntou: “Por que esses garçons estão brigando com a gente?! Fizemos alguma coisa de errado?! ”. Eu sorri e falei com ele que não estavam brigando que era o jeito deles falarem mesmo.

Enfim, após aguardar alguns minutos chegou a nossa pizza. Isso pra mim foi decepcionante. Era uma pizza bem fina com queijo e pepperoni (era um tipo de linguiça. Lá na Europa não existe pizza calabresa, que é a que comemos e amamos aqui no Brasil). Depois da pizza algumas pessoas saíram para passear, mas eu estava muito cansada. Fomos dormir.

 

O restante do pessoal foi visitar a fonte chamada Fontana Di Trevi e voltaram tarde. Pela manhã chegaram para o café contando muitas histórias.

Em seguida saímos direto para visitar o Vaticano e a Basílica de São Pedro. O Vaticano é um lugar misterioso, pelo menos foi o que achei. É como um país dentro de outro país. A polícia que circula é a Suíça e no dia que fomos, a praça estava cheia, pois o papa iria rezar uma missa. Haviam muitos grupos na praça que cantavam e dançavam com palmas e/ou alguns instrumentos e outros que oravam. Todos os grupos estavam formados em uma roda, vestidos com vestimentas próprias dos seus países. Homens irlandeses de saias, africanos com suas roupas coloridas, alemães, Índia, monges e outros tipos. Percebi também muitas mulheres vestidas de noiva, algumas descalças, com seus noivos que estavam em família. Jogavam seu buquê e os que os acompanhavam corriam pra pegar.

Havia muita gente esperando a missa pra receber as bençãos do papa e com eles os amigos que nos acompanhavam. Enquanto acontecia a missa, fomos visitar o prédio do Consulado Brasileiro que ficava ali perto.

Ao final da missa no pátio, entramos na basílica e começamos a olhar a imponência daquele lugar. Pé direito muito alto, a estátua Pieta de Michelangelo, onde Maria carregando o Cristo morto no colo era linda e majestosa. O chão da basílica era outra obra de arte revestido com pedras lindas e coloridas, fazia um círculo próximo ao altar. Lembro que estava feliz naquele lugar e de repente numa expressão de felicidade olhei para meu marido e demos um beijo tipo selinho. Não sei de onde apareceu uma freira e gritou com a gente dizendo que “não pode!”. Tava brava ela, fez cara feia e sacudiu o dedo indicador negativamente quase em cima da gente. Nos assustamos, mas rimos desconsertados. Meu Deus, era um beijo inocente…de felicidade.

Saímos dali e passamos a visitar os túmulos (Necrópole) que ficavam na basílica, onde dizem haver o túmulo do apóstolo Pedro. Sempre bem cercados pela guarda Suíça, que insistiam dizendo “No photo”, um pedido pra que não fossem feitas fotografias. Me impressionei com o ouro que as pessoas depositavam no túmulo, cordões, anéis, pulseiras e outros objetos eram jogados ali sobre o túmulo de São Pedro. Claro, existia guardas que não deixavam as pessoas se aproximarem muito. Também me impressionei com as pessoas que ficavam paradas em frente ao túmulo rezando e chorando copiosamente. Alguns ajoelhavam e faziam suas preces assim de joelhos. Chorei…me cortou o coração aquela cena.

Saímos dali e fomos visitar o museu do Vaticano. Corredores imensos com estátuas, quadros, utensílios, roupas, etc. As estatuas, em sua maioria, eram de origem grega, espólios de guerra e que não estavam em seu estado original.

Notei que todas as estátuas estavam com seus órgãos genitais quebrados, ou retirados. O museu é muito grande e estava cheio, mas segundo entendi é sempre assim. O objetivo era chegar a capela cistina e ver a obra de Michelângelo, aquela famosa que Deus com seu dedo indicador toca o dedo indicador de Adão, sua obra prima. Quando chegamos, muitas pessoas queriam fotografar e novamente os guardas mais viementimente gritavam “No photo!!” Todo mundo ficava olhando pra cima e realmente é de cair o queixo aquela pintura.

Ao final, saímos nos jardins do museu. Lugar lindo, gramado. Saímos de lá já tarde e fomos almoçar. Caminhamos até uma rua e no caminho vimos um restaurante com mesas na calçada, sentamo-nos e pedimos nosso almoço. Achei muito engraçado ouvir tanto as pessoas falarem um tal de “prego”, toda hora diziam isso e eu ficava tentando descobrir o que queriam dizer. Descobri que “prego” quer dizer um monte de coisa, era uma expressão tipo “caramba” que serve pra expressar surpresa, alegria, medo, dor, chingamento e etc.

Voltamos pra o hotel cansados, pois no dia seguinte sairíamos cedo pra mais um passeio.

 

Nas próximas postagens contaremos

Mais um pouco sobre esta viagem a Roma.

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