O Menino e o Gigantismo (Parte II)

Está então nascendo um salmista! Um poeta… um cantor! Um músico, um guerreiro!  O menino, sem se dar conta do agigantado do feito, também não valoriza o gigantismo descomunal do inimigo. Não era de sua responsabilidade explicar sequer o tamanho do hostil opositor, do antagônico, do destruidor, do danoso!  Para o efêmero ruivo, “ne quid nimis”, ou seja, nada demais.  Ele parecia saber que todo excesso humano é condenável e, logo, o seu feito fora só um feito e o gigante era só um gigante e nada mais.  Mas sabemos nós, por revelação, que este se engrandece, um prodigioso em desmedida altura, que é o descomunal, é o que se vê extraordinário, colossal, fora do comum, sobre-humano. Este é um vício de forma pervertida, o usurpador que prefere vender-se como um museu imaginário, organizado em forma de círculos desorganizados que com seus corredores entrecruzados se assemelharia a um labirinto.  Este gigante e seus gigantismos tão atuais, tem feito da figura humana o tema central de suas destruições, recorrendo em sua maioria as mais diversas tradições figurativas, princípios formais ou categóricos evidentes e reais nas referencias  de conteúdos ou na corrosão de tradições e criações de novos nocivos. Nessas últimas décadas, o seu gigantismo tem trocado sua figura densa e cumulativa, que ironiza de maneira desrespeitosa, por um novo realismo de proveniência eclética, sem abandonar contudo seu mundo de ambigüidades misteriosas. Mas isso seria de somenos importância no cômputo geral para o nosso guerreiro já acostumado a enfrentar ursos e leões. E como fazia desde antigamente, volta para o seu dia a dia, volta para o esplendor das ovelhas e a altivez de seus próprios campos, afinal ele tem uma ampla visão de seu trabalho sem pensar muito em suas conquistas, cujos aspectos mais brilhantes foram ali evocados com evidente orgulho de seus pares tão somente, enquanto ele, o moço, olha, sobretudo, para trás, lançando suas vistas para um passado de revelações, conquistas e vitórias.  A sombra desse passado é longa, estando à frente e por trás, o verdadeiro guerreiro em sua autonomia à favor da nação.

Constata-se claramente na luta em questão, que a arte de vencer guerras, independentemente de todas as armas, estratégias, esquemas, forças ou exércitos, o conjunto das influências, soberanos, santos, profanos, relicários, altares, fogaréus e fogos de artifícios, espadas, danças, luz de tocha, portas triunfais, pompas sem iguais, festas de gala que entrassem para os anais, praça em desfile, elevação, imperador, rei, conquistas, gigantes, gigantismos, menino de funda na mão, roupa de guerra em faustosa apresentação… o triunfo atordoantemente belo em toda sua expressão que, como público somos todos cativados, deve-se ao Deus único!! Não é, pois, de admirar que tenha culminado com tal triunfo!! O magnânimo, soberano, absoluto!   O que criou o puro ouro, fez nascer os rubis, esmeraldas, safiras e tudo o que mais possa haver em matéria; o Rei dos reis em suas triunfais facetas, dono das trovoadas e dos relâmpagos, das estrelas e da lua, da chuva e do sol… Senhor da Eclésia! Encerram-se, então, as demonstrações de limitados poderes humanos!

O menino sabe que não há menino! Não há menino e não há gigante. Não há gigantismos. São apenas objetos para que apareça o triunfo, a força e o poder do grande, invencível e verdadeiro Senhor de todas as guerras. Logo, se explica a vitória na guerra.

Enquanto a noite chega nos campos das ovelhas, o garoto sorri zombateiramente e pensa como desigual fora aquela luta!  É claro que o malfadado gigante perderia. Ele, o falastrão, não tinha nenhuma chance!

Por Pastor Ronaldo Reis

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