O que é valoroso pra você não é para outro

Lá vou eu contar mais uma das minhas histórias, na verdade nem queria contar mais uma CrôMica, mas estava lembrando de um fato que me aconteceu muitos anos atrás.

Primeiramente deixa eu falar para vocês uma coisa: sou fã da saga Star Wars, camiseta, meia, chinelo, balde de pipoca além action figure faz parte do meu acervo pessoal de coleção, até porque acompanho esta obra cinematográfica desde o ano de 1983, quando aos 12 anos vi pela primeira vez aquela tela preta com as letras amarelas subindo e contando a história de Luke Skywalker e seus valorosos amigos.

Anos se passaram. Eu já tinha cerca de 20 anos, tinha uma coleção de peças do filme livros, álbuns etc. Mas eu tinha um xodó: minhas primeiras peças originais importadas eram três bonecos articulados feitos em chumbo material que na época (1990) já era caro para os padrões, eram peças de colecionador, caras além de oficiais da Lucas Film. O importante é que algum amigo meu da IBM Brasil (eu era office boy lá) foi aos Estados Unidos sabendo da minha preferência trouxe as figuras de ação, eram três: C3PO, R2D2 e Chewbacca; eles se tornaram peças importantíssimas para minha coleção, obviamente guardava às sete chaves.
Na época, meu pai havia se mudado para outra cidade e eu optei por ficar aqui no Rio de Janeiro, passando a morar na casa de uma irmã que me tratava como um filho (até hoje), Pra. Terezinha. Fui convidado e resolvi morar com ela e sua família, isso me ajudava muito! Era mais fácil ir ao trabalho de lá do que todos os dias vir 110 km onde morava me pai.

Pastora Terezinha tinha um filho que, aproximadamente, na época, tinha 10 anos, um garoto esperto e muito traquina. Seu nome é Jackson e ele sempre ficava de olho na minha coleção. Eu até deixava ele brincar de vez em quando com algumas peças até porque eu só tinha esses itens para decoração do meu ambiente. Porém os raros eram proibidos pra ele,  por serem as peças mais importantes e mais caras da minha coleção, (nos dias de hoje elas variam entre R$ 450 e R$ 600 juntas,) algo que pelo padrão de um empregado assalariado tinha um bom valor. Na época, só essas três peças seriam praticamente o meu salário de um mês.
Pois bem, acordei cedo, fui trabalhar. Depois de um dia exaustivo cheguei ao meu quarto e notei a falta das peças raras:

— Cadê os bonecos que estavam aqui?

O garoto:

— Ah eu levei para escola e vendi!

— Como assim você vendeu?

— Sei lá estava com fome, queria comprar um salgado e refrigerante, havia levado eles para brincar no recreio, aí um coleguinha quis comprá-os…

— Você vendeu meus bonecos para trocar por um salgado e um refrigerante?

— Isso!

—Ah, seu cara de pau! Você vendeu por quanto esses bonecos?

— R$ 10,00 (o equivalente na época)

— Você está dizendo que vendeu meu boneco importado, de chumbo original  e oficial da Lucas films, com selo de qualidade para um moleque do colégio municipal?

— Foi. Qual o problema?

Eu me vi numa situação realmente muito chata. O garoto levado havia desfeito de um item de grande valor para mim de forma tão rápida. Não consigo me lembrar se ele levou uma surra dos seus pais. Esse nem é o ponto, mas lembro sim que ele levou uma baita de uma bronca seu pai e mãe exigiram que ele trouxesse de volta, mas, enfim, nada adiantou e eu eu perdi as três peças raras.

Uma coisa eu aprendi nesta lição: às vezes, uma coisa que para você tem um grande valor financeiro ou sentimental, conceitual, filosófico ou ideológico para outras pessoas este item não tenho mesmo valor. É claro que estamos falando de uma criança que ainda tinha muito que aprender. A atitude dele foi algo infantil, imaturo, ele  desconhecia o valor real do “brinquedos de gente grande”.
Muitas vezes as pessoas olham para nós crentes que seguimos a Jesus e debocham! Desconsideram! Algumas não valorizam a importância de servir ao Senhor dia após dia, ler as escrituras, orar diariamente e falar do evangelho, elas podem até ser religiosas mas não levam a sério.

Para eles, a religiosidade é de certa forma mecânica e demonstram não ter tanta consideração para com Jesus.
Para elas, ler a Bíblia, dedicar-se a oração e consagração é algo supérfluo e desnecessário, é uma perda de tempo.
Valorizam mais dinheiro, carreira, diversão e até mesmo a família, em detrimento da intimidade com Deus, (é claro diga-se de passagem que todas estas coisas supracitadas são importantes), porém temos que colocar elas no seu devido lugar!
DEUS SEMPRE EM PRIMEIRO LUGAR, ELE É VALIOSO, PEÇA RARA!
Aqueles que não o conhecem não o valorizam como deve ser! Vale só R$10,00
Isto não significa que não devamos trabalhar, crescer e nos divertir. Lembra de Jesus, Marta e Maria? Disse Jesus: “Maria escolheu a melhor parte!” (Lc 10,38-42).

Marta achava que existia mais valor fazer seus afazeres do que estar com o Mestre. Maria sentou-se aos pés do Senhor para aprender. Quem dera eu ter Jesus na minha casa pessoalmente, seria um privilégio.

O que é mais valoroso para você? Reflita!

Vídeo contando a história

Ela teve um final feliz 30 anos depois…quer saber?

Na paz,
Alexandre Passos
Palestras:
21. 98621-0952

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