Um pouquinho da França pra vocês

Quem nunca sonhou em ir à França? Pois é, esta história eu vivi lá.

No ano de 2011 fiz uma viagem pra Europa visitando alguns países. Foram quase trinta dias viajando.
Aliás, essa era a primeira vez que fazíamos uma viagem internacional e estávamos apreensivos.
Foi bem complicado já na saída daqui do Aeroporto Tom Jobim no RJ. Chegamos ao aeroporto com antecedência e a hora foi se estendendo e nada de chamar pra embarque. Primeiro disseram no microfone que o avião teve um probleminha e iria atrasar um pouco.
Passou uma hora e meia e nada, esse atraso gerou muita confusão, algumas pessoas se exaltaram, subiram na cadeira e fizeram como palanque inquirindo as pessoas se não iriam tomar nenhuma providência e apareceu alguém da companhia aérea e disse que o avião havia dado um problema, mas que estavam consertando.

Olhando da vidraça da sala de espera do aeroporto podíamos ver um caminhão parado embaixo da aeronave da Air France e umas pessoas de macacão em cima da turbina batendo com algo como se fosse um martelo em alguma coisa…(eu fiquei apavorada, mas procurando manter a calma).
Passado mais uma hora e meia começou novo tumulto. Um pessoal que havia notado o problema pela janela começou a pedir o dinheiro de volta que naquele voo com avião quebrado não iriam viajar. Uma pessoa da companhia aérea solicitou a quem quisesse ser ressarcido ou alterar a data do voo que o acompanhasse. Muitos foram.
Mais tarde o agente voltou e informou que o voo só aconteceria no dia seguinte. Nos forneceram um voucher de estadia e café da manhã a todos para um hotel cinco estrelas para aguardar a viagem no dia seguinte. Embarcamos em um ônibus até um hotel muito luxuoso em Copacabana. Pela manhã acordamos, tomamos café e embarcamos de volta até o aeroporto e de lá pegamos nosso voo no mesmo avião, só que agora consertado. A viagem foi tranquila.
Você pode me perguntar, “mas vocês não ficaram com medo?” e te respondemos que morremos de medo, mas resolvemos confiar em Deus. Aquela viagem já acreditávamos ser um presente de Deus e ele não iria nos encaminhar pra um caminho mau.

A França foi o primeiro país que passamos, mas não entramos, porque queríamos chegar primeiro em Portugal.
Chegamos no aeroporto Charles de Goulle e chegamos tipo uns 40 minutos para o voo sair. Não conhecíamos o aeroporto, que é muito grande. Tão grande que tem inclusive um trem para se locomover de um terminal ao outro.
Corremos dentro do aeroporto feito loucos em direção ao portão de embarque, mas quando chegamos, quase colocaram a gente sem roupa pra revista e acabamos perdendo o voo pra Portugal. Havia naquela época uma caça ao Bin Laden e no aeroporto de Paris havia um cuidado muito grande com a segurança.
Nesse momento tivemos um outro problema porque não nos queriam dar uma nova passagem, depois de muito chorar disseram que dariam a passagem, mas cada um iria em um voo, em aeronaves diferentes. Não concordamos, batemos o pé e colocaram a gente em um voo no dia seguinte juntos.
Dormimos no aeroporto naquela noite nas cadeiras. Isso tudo sem falar uma palavra em francês e, é bom saber, eles não gostam muito que se dirijam a palavra a eles em inglês. Deve se pelo menos tentar falar alguma coisa na língua deles, nem que seja um inicial “bon jour!”

Visitamos Portugal, ficamos uns 5 ou 6 dias e depois voltamos para o aeroporto em Paris. Nessa viagem a sete países da Europa nosso ponto de partida aconteceu em Paris, sempre na do Charles de Gaulle. Sei que no fim estivemos sete ou oito vezes neste aeroporto naquele mês.

Na volta de Portugal, entramos no país para visitar a cidade. Nos encantamos com a Champs Eliseé, com a Torre Eiffel, com o Palácio de Versalles, Arco do Trunfo.
No palácio de Versalles teve uma curiosidade. Chegamos lá de trem e já era umas 16h. Entramos e avisaram que fechava às 17:30h, se não me engano. Começamos a visita e ficamos encantados com o que estávamos vendo. Em uma daquelas belas salas, admirando a beleza, chorei. De repente senti uma saudade enorme do meu filho. Comecei a pensar que ele amaria estar ali.

Continuamos a visita e de repente os guardas começaram a entrar e avisar que a visita tinha se encerrado e a “empurrar” a gente pra fora. As salas que tinham a frente, eram todas fechadas e ficava um guarda à porta para que não entrássemos. Eles também nos direcionava com os braços a saída. Lá eles são muito rigorosos com o horário. Lá a hora de fechar é hora de fechar. Não é igual aqui no Brasil que a gente vai ficando…
Ficamos tristes porque sequer tínhamos conhecido os famosos jardins de Versalles. Quando já estávamos lá fora notamos que todo mundo ficava ali parado, esperando não sei o que. Os guardas ficavam gritando que as visitas já estavam encerradas, mas ninguém ligava, ficava ali esperando, conversando entre si. Resolvemos aguardar também. Daqui a pouco, quando deu umas 18h por aí, abriram os portões e liberaram a entrada nos jardins. Imediatamente entendemos o motivo da espera. Era um grande e lindo jardim. Passeamos nele até por volta de 20:30h, quando o sol começou a se pôr. Sentamos na frente do palácio e ficamos ali nos maravilhando com aquele pôr do sol diferente (nunca tinha visto um por do sol naquele horário…).
Quando anoiteceu, umas 21:30h, pegamos o trem de volta para o hotel.
Este foi um dia inesquecível.

Lúcia Franco