O dia que cantei Genival Lacerda no retiro espiritual
Olá, pessoal, estamos de volta!
Hoje eu vou contar uma história que me ocorreu quando era criança, talvez 7 a 8 anos de idade… não sei ao certo.
Minha família era da Igreja Peniel da Tijuca, uma igreja renovada e muito unida. Passei minha infância neste ambiente. Curas, milagres, revelações e visões – isso na década de 70 – foi o auge nas igrejas batistas que já estavam aceitando renovação. Era nesse tempo que eu uma criança como outra qualquer, que vivia a correr pelos corredores da congregação.
A igreja estava se preparando para um retiro que chamava-se “Manaim, Acampamento de Anjos”. Na verdade, era um sítio que a igreja utilizava para se reunir, onde muitos sinais aconteciam; era um retiro ao estilo de “monte” bem consagrado. Coisas surpreendentes aconteciam neste lugar.
O clima era mais de devoção do que diversão, minha família, claro, estava lá e eu sempre fui muito comunicativo, falava pelos cotovelos e gostava demais de TV. Talvez por isso que me interessei pela carreira de comunicação social. Naquela semana anterior ao evento eu havia passado um fim de semana na casa de minha avó, lá sempre foi assim. A TV ficava ligada praticamente umas 10 a 15 horas e sempre tinha alguém assistindo desde as primeiras programações televisivas até as últimas da madrugada. Imagine a mente de uma criança diante do aparelho! “Chacrinha”, “Silvio Santos”, “Bolinha”, “Raul Gil”, bang bang e até o saudoso “Plantão da Madrugada”; eram programas que a mente de uma criança estava sendo alimentada.
Estávamos passando aquela semana maravilhosa e certa noite minha saudosa mãe me leva para o alojamento das mulheres antes de dormir, e, claro, ela queria mostrar como seu filho era inteligente e uma criança boa de Bíblia. Eu, que era um garoto que tinha versículos da Bíblia na ponta da língua, era o ORGULHO da mamãe (coitada). Aí a mamãezinha chama seu rebento:
— Filho, canta pro pessoal um hino bem bonito
As irmãs todas voltaram a atenção ao franzino filho do evangelista e da cantora evangélica (naquele ano minha mãe havia ganhado um troféu no Maracanãzinho como melhor talento do ano). Imagino a expectativa das irmãs…
— Canta uma música bem bonita que você aprendeu…
Eu enchi meus pulmões de ar para entoar e cantei…
— “Ele tá de olho, é na boutique dela… Ele tá de olho, é na boutique dela..”
Minha mãe mais do que rapidamente tapou minha boca interrompendo o restante da canção de Genival Lacerda…
É claro, passava a semana toda com meu vô assistindo Jackson do Pandeiro, Luiz Gonzaga e Genival Lacerda…Foi um mico incrível que as irmãs caíram na gargalhada.
Agora falando sério. O que aprendi com essa história?
Os pais hoje em dia deixam suas crianças da mesma forma de antigamente, sendo criadas por pessoas que não conhecem a Jesus ou que consomem material inadequado, como programas séries filmes e até mesmo desenhos animados que eliminam totalmente toda a educação outrora estabelecida. Como ocorreu comigo, as influências externas estão por aí em toda parte e você que é cristão e tem seu filho ou filha criados na igreja, fiquem atentos, pois eles podem estar consumindo conteúdo impróprio. Por isso é importante o monitoramento dessas crianças.
“Elas não são futuro da igreja elas já são a igreja”.
O tempo passou e graças a Deus eu não me desviei dos caminhos do Senhor. Passei por todas as fases e ainda luto diariamente contra qualquer tentação que o ser humano pode passar. O importante foi ter sido criado dentro dos caminhos do Senhor aprendendo o que era errado e aprendendo que era certo.