O Almoço Perfeito
Se você está acostumado com o convívio da igreja evangélica sabe da dedicação de pessoas que se preparam para o serviço no culto: músicos, cantores, zeladores, obreiros e pastores que dedicam-se para que o culto ocorra da melhor forma.
A história de hoje vem de uma situação relacionada a época em que eu fazia parte da equipe de louvor como diretor de música; tínhamos um longo ensaio à frente após o culto da manhã; nós iríamos ensaiar à tarde toda, por isso, ficávamos no templo praticamente o domingo todo.
Quando tínhamos condições íamos na rua ou trazíamos marmita. Felizmente, eu tinha uma tia-avó que morava perto e isso dava a mim uma boa vantagem sob a situação, por isso, quando tinha necessidade, pedia a minha tia se tinha alguma coisa para eu comer ou separasse algo que já tivesse. É claro que eu tinha intimidade com ela para isso, por isso que ela é uma das minhas tias preferidas.
Como disse, o culto da manhã havia terminado e ela ainda estava no templo conversando com outras irmãs da oração, então me aproximei e disse:
— A benção, minha tia!
— Deus te abençoe, meu filho!
—Tia, hoje vai ter ensaio o dia todo aqui na igreja e eu gostaria de saber se tem alguma comidinha gostosa para eu almoçar.
— Claro, está aqui a chave, está no fogão vai lá, esquenta no micro-ondas e bom apetite!
Ainda falando, ela me entregou a chave e eu fui correndo até sua casa. Ao chegar, fui recebido por Badú, um cachorro policial que já me conheci. Ele reconheceu meu cheiro r deixou que eu entrasse. Me dirigi à porta, entrei na casa da dona Amélia. Não havia ninguém lá. Meu primo trabalhava numa feira aos domingos num bairro da Zona Sul do Rio de Janeiro. Portanto, a casa estava sozinha!
Fui direto à cozinha verificar o que tinha para comer. No fogão, verifiquei que tinha arroz, feijão e legumes cozidos no vapor, mas cadê a proteína? Cadê a carne? Olhei para trás e vi uma panela grande em cima da pia, quando abri existia muita carne no molho bonito madeirado, algo assim bem chamativo. Junto com a carne tinha uma polenta que me parecia linda e deliciosa, até porque minha tia era uma tradicional cozinheira mineira com todos aqueles temperos maravilhosos, aliás minha ligação com essa tia era muito forte porque ela era merendeira no colégio onde estudei toda a minha alfabetização. Em suma, ela “dirigia” muito bem o fogão! Era literalmente “Amélia mulher de verdade“!
Fora este último comentário considerado machista, voltemos à história. Fiz o meu prato, imediatamente colocando o feijão primeiro, depois o arroz e os legumes e, finalmente, a “mistura”, aquela carne que estava deliciosa e completei ainda com a polenta. Mas que pratão bonito e vistoso! Digno de um jovem faminto!
Quando ainda estava lambendo os beiços da refeição, dona Amélia chega:
—Tá tudo bem? comeu? “Matou o que estava te matando”?
— Sim tia, estava delicioso.
— Achou o arroz e o feijão?
— Sim, minha tia.
— Os legumes?
— Estava delicioso!
— E o frango assado? Tava bom?
Silêncio tomou aquela sala…
— Hã??
— Meu filho, eu lhe perguntei se você gostou do frango assado!
— Não, minha tia. Só acho que a senhora se confundiu. Não tem frango assado!
Ela foi à cozinha e eu fui atrás. Abriu o forno e lá estava a travessa cheia de frango assado, belo, moreno crocante. Detalhe: frango assado é um dos pratos meus preferidos, principalmente feito por ela.
— Mas tinha frango?
— Claro, Alexandre. Você só comeu arroz feijão e legumes?
— Não! Comi tudo isso com uma carne deliciosa daquela panela ali em cima da pia e ainda tinha uma polenta maravilhosa.
— Menino!?
(começando a gargalhar:)
— VOCÊ COMEU O BOFE E O ANGU DO CACHORRO!!!?
Atônito, nessa hora eu parecia o Quico do seriado Chaves
— Angu? Bofe? Badu?
E continua…
— Você saiu da igreja e não me ouviu eu falar que o frango estava no forno!
— Acho que não…
Vocês precisam ver a minha cara (rsrsrs)!
A palavra final que eu dei a minha tia foi:
— Aqui até o cachorro come bem!
Terminamos a história comendo um pedaço do frango!
PS. Nós terminamos a história tal qual os seriados de TV dos dos anos 80: nossa imagem pausada gargalhando e as letras subindo.
Aprendi várias coisas com esse fato:
Às vezes, agimos da mesma forma com Deus. Pedimos a ele a algo que necessitamos, e não temos a paciência de esperar: o alimento certo.
Comemos a primeira coisa que aparece na nossa frente; chamos que a pequena bênção é a final; achamos ela era a perfeita vontade de Deus e comemos bofe ao invés de um frango assado.
Temos muitas dificuldades em ouvir a voz de Deus calmamente. Somos afoitos e impacientes e isso não é bom.
Aprendo outra coisa aqui: a tia exerceu misericórdia sobre a minha vida porque mesmo depois de ter comido uma parte do bofe, ainda ganhei 2 pedaços de frango assado! Deus também exerce misericórdia sobre nossas vidas, mesmo que façamos escolhas imperfeita. Se houver arrependimento e humildade Ele nos perdoa e nos alimenta com o pão que desceu do céu!
GLÓRIAS A DEUS PELA SUA INFINITA MISERICÓRDIA!
Na paz,
Alexandre Passos
Palestras:
21. 98621-0952
Bíblia, Teologia,
curiosidades, e
muito bom humor!
S E N S A C O O N A L
A mensagem foi linda, realmente acontece muito isso,
Nem sempre a primeira coisa que aparece na nossa frente quando Deus nos fala, é necessariamente o que Ele preparou pra nós.
Linda crônica
Kkkkk….tu sabe que aconteceu a mesma coisa comigo…no caso era macarrão com casca de batatas e carne. Tipo um ensopado, sabe? Achei que estava sem sal, mas era porque era do cachorro. Até hoje meus irmãos me perguntam se estava boa a comida do “Job”…rsrs